terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Sempre que estás a viver, estás emigrado,

eu apresentava-me nua e formidável, suscitava o

percalço de cada um, o convite á emigração. Disso
Nachona imprimia os reflexos com as arrevesas da sua

linfa. Em circunstâncias de água em tromboada gritava
com a tela e os redores. Os funcionários de consultórios
propagavam o diagnóstico de histeria, em pobreza
científica, desconheciam a serotonina da emigração, o
diálogo da deusa com a criatura. Mesmo de noite, o

sonambulento passeio pelas divisões, em périplo de
alimento com o assomo biométrico da palavra-rem,

clarãoficava-se como fluidos de fala de ocupação
materna, dessa encenação aberta que é a maternidade, a replicação. E Nachona empenhava-se nos agudos
vocais tão surda se percebia á resposta das criaturas
em palco, emitindo múltiplos silêncios. Percebeu, no

sanatório crítico, a acuidade do livre- arbítrio. Um bom
tratamento para os autores.
Eu prefiro a minha formidável mudez.


alberto augusto miranda, LEMBRANDT.

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